quinta-feira, 28 de maio de 2020

Reflexão 01 - Quando Jesus adentra a realidade


— Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem. Todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos, com grande som de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.
Mateus 24:29-31

A exposição desta reflexão inicia-se com o fim – e suficiência – das palavras do próprio Jesus. Dito de outro modo, a reflexão termina quando terminam as palavras de Jesus, e não as minhas. Acredito que seja suficiente a percepção de cada um ao ler o que Jesus disse nas palavras acima citadas. No entanto, peço ao seu coroção licença (como o poeta Pedro Salomão pede aos seus leitores) para que possa compartilhar percepções do meu coração. A presente reflexão tem o teor mais filosófico, em seu sentido vivencial e existencial, do que propriamente teológico e/ou religioso.

Jesus, analisando o contexto de suas palavras, está falando sobre a sua segunda vinda a terra. Seu retorno após cumpriu o sacrifício e elevar-se ao céu. Descreverei, agora, o texto de Mateus detalhadamente. Em seguida vou compartilhar com você algo que chamou-me atenção, ao debruçar-me nele em uma manhã da quarentena. Jesus inicia descrevendo os acontecimentos da realidade, a respeito do sol, da lua, das estrelas e dos poderes dos céus (aqui podemos supor que são as leis que rejem o espaço). Em seguida menciona o sinal de sua vinda nos céus e após isso o lamento, que inclui pessoas de todos os povos, ao verem todos esses acontecimentos. E por fim cita a reunião de todos seus escolhidos pelos seus anjos.

O que deixou-me admirado nisso tudo foi: quando Jesus adentra a realidade, tudo e todos que fazem parte dela são abalados. Mas por que isso acontece? Logo veio-me a mente a cena de Jesus, depois de ressuscitado, encontrando-se com seus discípulos em um local que estava com as portas fechadas (Cf. João 20.19). Desse modo, Jesus atravessou portas/paredes para se encontrar com seus discípulos nessa ocasião. Jesus em ambos os contextos não está sujeito a realidade. Em se tratando da sua vinda, Ele não apenas não está subjugado pela realidade, mas abala as estruturas daquilo que é real, pois é o ser que torna tudo - e todos- a serem o que são.

Quando Jesus adentra a realidade, o sol, com toda a sua potência, perde a sua utilidade e já não ilumina mais. A lua, na ausência do sol, não tem claridade e perde seu sentido de ser – luminar – em meio a escuridão. As estrelas caem do firmamento, pois não há leis da física que permaneçam intactas e não sejam abaladas. As pessoas se lamentam, pois não compreendem Quem possa ser esse Alguém que irrompe os céus com poder e gloriosamente destitui todas as estruturas do espaço, tempo, matéria e energia, que são devidamente conhecidas por elas. Há temor, pois não há conhecimento desse Ser que é capaz de fazer com que as leis da realidade sejam completamente desestruturadas.

O que Jesus faz quando se coloca dentro da realidade, em sua vinda, é algo natural. Pois sendo Ele quem chama todas as coisas a serem, incluindo aspectos fundamentais da realidade – espaço, tempo, matéria e energia. Não há o que subjugá-lo em sua essencialidade. Não há o que sujeitar o seu Ser sem que seja abalado. Aspectos e estruturas se dissolvem e perdem o seu devido valor. Devo dizer que fiquei um tanto extasiado ao refletir sobre essas particularidades mencionadas. E logo em seguida percebi uma correlação da vinda de Jesus, em sua plenitude, mencionada pelo próprio Jesus em Mateus.

Correlação essa com a entrada de Jesus na vida de qualquer pessoa. Parece que Ele também faz o mesmo abalo em nossas estruturas. Quando Jesus adentra nas nossas vidas: 1) O que era um bom caminho já não tem o mesmo valor; 2) O que eram verdades valorizadas como tais, perdem os seus sentidos de serem. 3) O que era uma vida boa de se viver já não é mais uma vida bela. A meu ver, Jesus faz em nós o que Ele fará com a realidade física quando vir novamente. Desestrutura nossa realidade interna, abalando nossos valores reais pelos seus valores essenciais. Valores esses que não se preocupam em retribuir os tapas que o mundo possa dar ou amontoar riquezas para ser contente. É vida e contentamento que brota do interior da gente!

sábado, 31 de março de 2018

Breve consideração sobre o artigo: Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema.

Em primeiro lugar no que diz respeito a interpretação bíblica tudo irá se tratar de com que pressupostos você a interpreta. Entendo que o texto de Alberto Maggi fez um recorte histórico da bíblia e teve como objetivo a tentativa de situá-la através de visões sociológicas. Com a mesma lógica eu poderia pegar a bíblia e criar quaisquer argumentos para fundamentar as minhas suposições através de versículos isolados, fora do contexto. Como estamos - dito para colegas do meu curso - no curso de Psicologia conhecemos bem tanto o conceito de percepção como o de subjetividade, que nos dá tranquilidade para entender tantas interpretações variadas a respeito de um mesmo texto(s), a bíblia.

A primeira crítica que o autor faz é de que a morte de Jesus não fora para resolver o problema da moralidade humana (pecado), no entanto essa crítica é para confirmar uma ideia de homem baseada na sociologia, onde a moral se dá no campo social, dito de outra forma o problema moral do homem é constituído socialmente (normas sociais), negligenciando outras teorias que pressupõe ou que o homem nasce com questões de ordem moral (Kant) ou que estes são internalizados e constituem seu psiquismo (Freud).

Na bíblia o problema moral do homem é tratado de forma central, ele é moralmente corrupto e nascido desta forma, suas atitudes (emoções, pensamentos e ações) só confirmam aquilo que ele já é em sua essência. Mas em que me baseio para afirmar isso que a bíblia nos diz? Me baseio nas palavras do próprio Jesus a respeito da lei de Deus quando ele afirma que “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra” (João 8.1-11), isso foi dito diante de religiosos que pegaram uma mulher em adultério. Jesus deixa claro que existe o pecado (problema moral do humano), pois antes desse acontecimento interpreta a lei de Deus que menciona o adúlterio: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Não adulterarás'. Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.” (Mateus 5.27-28). Jesus deixa claro que a lei de Deus coloca todos os seres humanos em um mesmo barco, o de pecadores, pois quem em sã consciência nunca desejou um homem ou uma mulher de alguém em seu coração? Em Mateus 5 ele interpreta outros dos 10 mandamentos com este mesmo intuito, o de mostrar a todas as pessoas que existe o problema moral (pecado) e que faz parte da vida de todo o humano.

Então o autor menciona o fato de que o assassinato de Jesus se deu por conta de interesses da casta sacerdotal no poder, a nível social e físico esta fala está correta, no entanto dizer que esse fato desconsidera a verdade teológica, e portanto, metafísica de que fora pela vontade de Deus que Jesus morreu é querer enxergar a tromba do elefante como uma cobra, desconsiderando as outras partes do elefante para se compreender o todo. Pois as próprias falas de Jesus ratificam que esta era a vontade de Deus e que ninguém o podia matá-lo se Deus mesmo não o quisesse (João 10.18).

A respeito do problema da culpa como um problema religioso que pode se tornar um problema psicológico, tenho a mesma visão, no entanto querer utilizar Jesus e a Bíblia para fugir do problema moral do homem é colocar a morte e ressurreição, vida e obra de Jesus no lixo. Como disse anteriormente Jesus não condenou uma pessoa em pecado (adultério), mas nivelou e chamou a todos para um reconhecimento da natureza humana distante do padrão divino (lei de Deus). Jesus não chamou ninguém para um sentimento de autocomiseração, não chama ninguém para uma vida de culpa constante como a religião o faz, mas sim chama as pessoas a um reconhecimento (Lucas 5.32) daquilo que ele diz sobre o que é o homem, um ser pecador, e portanto necessita de ser tornado justo diante de Deus pelo sacrifício que Jesus pagou na cruz.

Link do artigo "Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema": https://www.brasildefato.com.br/2018/03/31/artigo-or-jesus-nao-morreu-pelos-nossos-pecados-e-sim-por-enfrentar-o-sistema/

sábado, 13 de janeiro de 2018

Vazio existencial

Me parece que nem Deus consegue preencher meu vazio existencial. No entanto me pergunto se aquilo que realizo como busca de seu Ser pode encontrá-lo em sua totalidade. Se a resposta for sim, então o ser dele é finito e o meu ser não é saciado com isso! Se a resposta for não, então o meu ser finito almeja mais do que aquilo que consigo ter!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Grandes objetivos da minha existência derivados de pequenas escolhas

Atualmente tenho como principal objetivo pessoal a busca pela instrumentação psicológica e conhecimentos filosóficos que me deem a capacidade de intervir na vida humana de duas maneiras. A primeira é a de assistir o sujeito em suas dificuldades e patologias em que este se encontra no momento presente, podendo o redimir de seu estado atual dando a ele condições de projeções futuras melhores. A segunda, que se encontra integrada a primeira, mas é o seu passo subsequente, é a de dar todo o suporte para que o indivíduo se encontre consciente de sua liberdade projetando assim o seu vir a ser com suas realizações futuras que darão sentido para sua existência.

domingo, 2 de julho de 2017

A oração que não fiz

Quem me dera ter feito uma oração. Quem me dera ter me voltado ao Senhor com todo o ímpeto da minha alma e recostado a minha vida em seu sublime ser. Quem me dera ter confiança na bondade eterna e sem se voltar a uma leitura simplista de minha soberba existência deleitar-me em Deus. Quem me dera estar conformado a sua vontade sem ater-me as vontades precipitadas de minha própria carne. Quem me dera descrever de forma coerente todos os sentimentos sentidos por mim e poder saber o sentido dos meus sentimentos de imediato. Quem me dera falar tendo consciência que serei ouvido. Quem me dera mesmo sem ter em mim a certeza que tudo isso é um fato e como algo dado ser-me concedido gratuitamente.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Um chamado

O sujeito quando acordado se depara com aquilo que sente em seus sentidos sensoriais e lhes atribui o ser real. O que é real, indiferente de princípios ou conceitos, sente o sujeito nessa experiência. O real circunscreve o sujeito nas ações e reações deste fato indubitável. As ações serão gestos baseados no senso que o sujeito possui. Sua reação será o ato posposto frente à colisão de seu senso do real; tendo em vista a retificação da veleidade de seu siso ou consenso de seus primeiros atos. Aqui indefere as posições tomadas do indivíduo em questão. O que está colocado é: o que será evocado no e do sujeito independente do desfecho em sua experienciação?

sexta-feira, 24 de março de 2017

O julgamento

Não julgue!
Se você estiver julgando não julgue a si mesmo por causa disso!
Abstenha-se de qualquer pensamento de julgamento!

Entretanto, para não julgar seu próprio julgamento você precisa julgar de alguma maneira que está cometendo um julgamento.

Há como pensar e não julgar?
Viver e não julgar?
Não julgar?


Julgue!